O irrequieto ponteiro do relógio lateja a cada instante as cicatrizes em minha'lma, e á cada segundo sinto um descompasso em meu coração. Saudosa época em que para lhe ver eu não precisava fechar os olhos. Hoje em dia tudo que restou foram resquícios da fagulha ígnea que motiva-me a trilhar os meus caminhos com a certeza - e mais do que isso, com a esperança - que um dia nossos caminhos tornem a se cruzar, e como numa estrada sem fim não possamos nos escapar um do outro. Que num emaranhado de braços se finde cada gota de arrependimento que escorre em minha face, e que a cronologia seja nula no momento em que seus lábios de perdão tocarem os meus lábios de felicidade ressurgida. A saudade age como um voraz parasita e alimenta-se de minha angústia, e talvez realmente seja isto, aliás, com clareza eu digo que para a doença da saudade somente uma dose extra grande de você será suficiente para que o sorriso retome á minha face e substitua duma vez o semblante lúgubre nesta carcaça perecível e errônea, que sofre com as tolas decisões dum passado não tão distante. Ah,se eu pudesse retroceder na história, eu o conheceria da maneira como o conheci, me envolveria contigo da maneira como nos envolvemos, todavia, o manteria perto á mim até que se findasse os meus dias. Ah, não fosse a incertidumbre de meus atos não teria a certeza de que és necessário para mim, e mesmo que doa, doa tanto que quase desisto diante da dor, seguirei este trajeto para que ao fim do arcoíris você seja o meu pote de ouro. Ah, se eu ao menos pudesse tê-lo novamente nesta nossa união de almas. Ah, acima de tudo a saudade é amiga do tempo, e nos remete ás mais deliciosas recordações conjuntas á ti. Agora percebo, lembranças apesar de lindas ainda são lembranças, mas o amor que tenho a oferecer á ti, mesmo que não seja recíproco é intenso e prazeroso. É, se outrora não acreditava hoje em dia vivencio, o arrependimento é a agulha do tempo que nos cutuca a cada passo dum ponteiro de relógio. Ah,como eu te amo.
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